Um blogue plurifacetado procurando abordar questões de interesse sob perspectivas diversificadas. A independência sim, mas sempre subordinada a parâmetros de bom senso, de optimismo e de realismo. O mundo e a sociedade sob o olhar atento e desassombrado de um cineasta do quotidiano, um iconoclasta moderno, sem peias, sem tabus, sem preconceitos.
terça-feira, junho 30, 2009
Oração sentida!
Golpe nas Honduras: «25 de Abril» ou «28 de Maio»?
vai dividir a comunidade internacional.
Será legítima a perpetuação no poder do presidente Zelaya? Ainda que «legitimada» por normas legais, e adentro do quadro constitucional?
Hugo Chavez, na «sua» campanha para sancionar uma nova «oligarquia» que se pretende perpetuar no poder a pretexto de melhor defender o «povo», diz que sim. Ele está inserido numa estratégia que visa afrontar o «imperialismo americano» e criar «estabilidade» na América Latina.
Os militares hodurenhos pensam de outra forma.
Nas Honduras a contestação popular começa a mexer-se nas ruas (ver Público). Hugo Chavez ameaça intervir para «repor» o «status quo ante». Os americanos como vão reagir?
domingo, junho 28, 2009
Entrevista com S. Pedro!
sábado, junho 27, 2009
Póvoa do Mar deixa-se amar!...
Consumir leite! À atenção dos media!...
Carlos Neves, vocês têm razão, pá! Muitos esquecem que somos mamíferos!
O leite é importantíssimo e dá de comer a muitos portugueses.
Em vez de se estimular o consumo de bebidas alcoólicas, com os danos cada vez mais notórios na juventude, os órgãos de informação demitiram-se dessa nobre tarefa!
Os agricultores reuniram-ne na Póvoa de Varzim e apelaram aos poderes públicos para esta problemática de tão candente actualidade!
Oxalá se comecem a ver paineis publicitando o precioso alimento bem como os seus derivados. Vai-se a um café e pede-se um iogurte e não há!
Era bom que a Alta Autoridade para a Comunicação Social desse um empurrão!
Eu próprio vou fazendo publicidade a esta problemática (ver o meu blog no semanário SOL) e fico aguardando resultados. Todos juntos, poderá ser que a coisa melhore... quem sabe se tenho uma estátua no horizonte?! Ou um doutoramento honoris causa na LACTOGAL?
Provedor de Justiça, será que agora vai?!
Será este o novo provedor de Justiça? tudo se conjuga para que assim seja... finalmente!
A indigitação do Dr Alfredo José de Sousa, que já foi presidente do Tribunal de Contas durante muitos anos, e com generalizado aplauso, poderá ser o fim da tormentosa jornada..
Oxalá a figura em causa, digna dos maiores encómios e independentemente do prisma ideológico que se observe, mereça o aplauso generalizado.
Pessoalmente, já tive necessidade de recorrer ao Tribunal de Contas para obter dados e sempre houve disponibilidade total da parte desta entidade.
Que o bom senso impere. Já basta de guerrinhas de alecrim e mangerona...
Será que Diógenes ( o de Sínope) abandonará finalmente a sua candeia, pois foi encontrado o «homem»?
Atenas rejubilará, de facto, se assim acontecer. Ele poderá descansar no seu tonel, doravante...
quinta-feira, junho 25, 2009
A Saga do hommo erectus
Uma estátua ao Dr Macedo Vieira!
Felizes os povos que têm ao leme uma formiguinha laboriosa sempre procurando o mel (metal vil) para encher a colmeia (cofres) e redistribuír com equidade e magnanimidade por todas as obreiras... Bem aventurados os justos pois deles será o reino dos céus!...
Mas ele de há muito que pôs cera nos ouvidos, está couraçado contra lóbis e promotores imobiliários, contra barões e baronetes, contra oligarcas da finança ou capitães da indústria, e segue o seu rumo tendo apenas no horizonte o olhar concentrado no povo, esse sol que ilumina a sua praxis, esse deus que ele cultua sem tergiversar acima de todas as coisas terrenas...
Nunca tão poucos (os seus edis, igualmente sacrificados e empobrecidos pela actuação desprendida, no cargo...) fizeram tanto e receberam tão pouco! Isto diria sir Winston Churchil se fosse vivo e lhe fosse dada a oportunidade de contemplar esta saga de um valor humano incalculável! Tiro o meu humilde chapéu a este sacrifício sobrehumano!
Uma estátua, já! Veja aqui a nobre intenção das gentes poveiras! Me curvo a tão generosa intenção!!! Ala arriba!
Sugiro que se escreva a seguinte frase atribuída a Horácio: «non omnis moriar»!
Queria dizer na sua: «não hei-de morrer todo», ou seja, com a envergadura gigantesca da sua obra colossal, nunca há-de morrer, pois a imortalidade está garantida! Mutatis mutandis, aplica-se ao autarca modelo...
Coimbra, «rouxinol de Bernardim»...
Fado de Coimbra, ex-libris imorredouro!
quarta-feira, junho 24, 2009
Renovação sinónimo de regeneração?
A Dra Ferreira Leite vem hoje no (clicar aqui) JN alertar para a necessidade de renovação. Aposta ganha com Paulo Rangel, sem dúvida uma aposta certeira pelos resultados obtidos, mas sobretudo pelo élan galvanizador que conseguiu fazer vingar, e pela postura sadia, desenvolta e desempoeirada com que enfrentou a classe política instalada.
O país precisa de uma regeneração completa. Era bom que todos os partidos fizessem autocrítica e soubessem dar valor a essa mudança, esse novo ar puro que se impõe.
A dinossaurocracia já exala um odor a mofo que incomoda. O país precisa de novos ventos, novas aragens para que novos paradigmas possam suceder a este marasmo reinante...
Salazar assim falava!
(foto colhida junto do blog Pravda ilheu)
Salazar dizendo, ao votar, em 1958: «Se daqui a 51 anos ainda for vivo, espero que Deus me dê esse privilégio, irei votar no Luís Filipe Vieira, para presidente do F. C. do Porto, ele merece o meu incondicional apoio... se alguém tiver a ousadia de se lhe atravessar no caminho mando-o para... o Tarrafal!»»
Dr Rui Rio!
Não sei se dará uma entrevista ao JN, em que fará todos os elogios a si próprio, gabando a obra feita, incensando-se até ao ridículo como fazem alguns; seja original. Seja parco na utilização das páginas do jornal e dê oportunidade (exija isso mesmo) aos seus opositores para se manifestarem também. Todos eles. Não fale em política, em obras, em dinheiros. Fale em termos espirituais, na necessidade de impor valores, de cultivar solidariedades, de implementar intercâmbios. De implementar uma nova praxis nas relações municipais...
Não use o santo como máquina caça-votos, não aproveite o ensejo para banhos de multidão e manifestações monárquicas; vá por aí, sem o cortejo folclórico de uma entourage que mais parece um bando de emplastros sedentos de protagonismo à sombra do monarca, fuja das câmaras e dos fotógrafos e vá para um lugar retirado jogar uma suecada com os reformados. Aproveite um bailarico incógnito e conte umas anedotas picantes aos que encontrar. Se alguém disser que é parecido com o Rui Rio, diga que já ouviu falar dele, mas que não o conhece de lado nenhum!... nem tem prazer em conhecê-lo!...
Dará início a uma nova imagem, a um rumo mais democrático, menos sacrossanto ao poder local!...
terça-feira, junho 23, 2009
São João, caciquismo à solta!
Vejam-se os jornais entrevistando os caciques com longas conversas à base do narcisismo parolo, do ataque insano aos opositores (a cassete não varia de terra para terra: são uns «maledicentes», «nada fazem», «só criticam», nós sim, somos os «artífices do progresso», responsáveis pelo «milagre local»).
Os jonais nem sequer se preocupam em saber se os opositores são ouvidos (todos eles), não, aquilo é a festa do cacique, só ele fala, só ele insulta, só ele tem direito de antena...
A religiosidade está ausente, a espiritualidade cedeu ao culto de personalidade: ao cacique, ao promotor («juiz da festa») do evento, aos presidentes de junta que aproveitam o palco para o banho de multidão capaz de limpar as impurezas da governação...
Quando desfila a procissão as conversas do populacho são as mais díspares (futebol, subsídios, empregos camarários, disputas familiares, caça ao voto, namoricos...); o santo não faz falta nenhuma, nem precisa das preces de ninguém, também há que ser realista. Ele é mero pretexto, figura decorativa que serve de aval ao culto das personalidades políticas: o senhor fulano de tal, o presidente da câmara tal, convidado de honra que sorri e faz gestos eufóricos à multidão, muito ao jeito do que faziam os reis e nobres no regime monárquico... Basta ler a História e adaptar...
Agora, os reizetes são outros, vestem outros fardamentos, usam discursos carregados de democracia, liberdade, sentimentos de igualdade ... contudo, isto é apenas a capa onde se embrulham para esconder os atentados aos direitos do outro, é a areia lançada aos olhos do povo narcotizado pelo ópio do poder... pelas mordomias que dá a alguns (grandes, médios e pequenos caciques...) para que melhor o dominem, qual rebanho que importa manter unido sob a batuta (cajado) do vil pastor...
Isto não é carapuça para ninguém em especial. É assim em Lisboa (com o Santo António), no Porto, em Braga, na Póvoa (com o São Pedro), sei lá, o mal está generalizado...
Daí estes meus versos simples e galhofeiros. Uma outra visão, mais realista, menos lírica do festim sanjoanino... Os que ainda julgam que a verdade é outra, vivem outra realidade. O «outro» São João já foi devorado por este, em que o culto mediático roça, por vezes, a tolice...
Nem se referem ao Santo, à sua mensagem, ao seu exemplo na sociedade do seu tempo. O martelo-narciso sempre a martelar, sempre a autoincensar, sempre a gabar façanhas e justificar permanência futura sob os holofotes mediáticos. O «ópio mediático» capaz de narcotizar multidões, incapazes de um espírito crítico, de uma reflexão mais profunda, de um exorcizar da canga que teima em permanecer ad aeternum sobre o lombo do povo!... «Pão e circo» era o lema de César... Agora é «Futebol e São João» até fartar! O povo há que narcotizar!
Democratas sem perfil
Só ódio no coração
Esmagam cravos de Abril
Ó meu rico São João.
Ferozes perseguidores
São João, são a granel,
Odeiam opositores
Não respeitam seu papel...
Julgam-se czares, caudilhos,
Vivem ocultando dados
Da prepotência são filhos
Do caciquismo... afilhados...
Caciques em procissões
Alma suja, São João,
Limpam as imperfeições
Com «banho de multidão»...
Lobos com ar de cordeiros
De hipocrisia fardados
São João, são os primeiros
Na Pólis, com seus pecados...
Agarrados que nem lapas
À rocha vil do poder
São João, vê lá se escapas
Perseguido... podes ser!
Eles odeiam o povo
Aos ricos servem de capas
São João, és vinho novo
Eles... são velhas zurrapas!
Porto, um monumento ao trabalho!
Observar o passado com olhos no futuro!
Ver parecer do Provedor de justiça sobre tão escandaloso processo de loteamento. Acima.
Apesar da veemência com que o Provedor contesta aquela série de desmandos, o presidente da câmara resolveu incluír no rol das acusações de injúria e calúnia este naco de prosa elucidativo:
«Assim, em requerimento datado de 22 de Abril de 1984, endereçado ao Sr Ministro das Finanças e do Plano e de que a assistente teve notícia em 2 de Agosto d e 1984 - requerimento esse elaborado e subscrito pelo ora arguido -, este, referindo-se à queixosa produziu entre outras as seguintes afirmações:
«(...) No município de Vila do Conde assiste-se neste momento a autênticos crimes de lesa-economia».
«A câmara municipal adjudica empreitadas de elevados montantes, sem concurso público (Caso das Piscinas Municipais, de valor orçamentado = 48.074.810$00, que não foi publicitado no Diário da República, nem assistiu ao acto do concurso o procurador-geral da república ou seu representante, conforme estatui a portaria nº 345/75 de 7 de Junho)».
«Há facilidades concedidas a uma Firma privada "Maia e Passo Lda", que se assume como instituição de benemerência (Associação Cultural e Desportiva Rio Ave - sem ter qualquer personalidade jurídica!) redundando em prejuízo do erário público, dando um péssimo exemplo de justiça fiscal e atentando contra o princípio da igualdade perante a lei (artº 13º da _Constituição )...»
Ora, perante este lamuriar vitimizador, agora, à distancia, fico perplexo como se teve a ousadia de avançar com tudo isto, sabendo-se, __ e não podiam alegar ignorância porque várias vezes afirmei na AM__ que era verdade; que de desfaçatez, que de má fé, que de atrevimento.
O Provedor diz aquilo que se pode ler nos documentos acima. A Inspecção que se lhe seguiu confirmou que não só para as piscinas municipais não houve concurso público como também para todas as empreitadas que o exigiam! ainda era pior do que eu sonhara! enfim, fazer o mal e a caramunha!
É claro que mais tarde pedi uma indemnização por danos. O processo entrou com um atestado de situação económica precária passado pela junta.Vivia de um salário modesto, minha esposa não tinha salário, e o agregado familiar era de seis pessoas. O juiz não aceitou a assistência judiciária e não pude prosseguir por falta de meios!!! Triste justiça esta!!!
Lateralmente há que mencionar um episódio importantíssimo. O jornal Semanário, onde colaborava o Dr João Conde Veiga, fez duas reportagens sob a epígrafe:«Corrupção na câmara de Vila do Conde?» onde estes temas vieram à baila. A câmara não contestou. Todavia há um episódio marcante. Foi a Lisboa uma «embaixada» falar com o director, Dr Victor Cunha Rego, a fim de o pressionar a impedir a continuação daquela «saga». Este disse que o jornal estava aberto para o contraditório, para a eventual contestação. Nada disso queriam os corajosos «embaixadores» onde pontificava um que viria a ser deputado europeu pelo PSD. Queriam o silenciamento total. Nada de clarificações nem de contraditórios...
Será que foi por causa de esse corajoso ter sido o responsável pelo despacho à entidade «fantasma» na C.N.R.O.A.? Queria silenciar a sua própria asneira? Tudo aponta para ser esse o leit-motiv da sua corajosa investida ...
Não lhes interessava contestar, queriam era encerrar completamente o assunto, sob pena de, cortarem a publicidade ao jornal no norte do país. Isto foi-me confirmado mais tarde pelo jornalista íntegro e impoluto, hoje principal responsável da agência Lusa, Sr Afonso Camões. Não tenho motivos para duvidar dele e tive a confirmação através de cruzamento de outras informações feitas à época!
CORAGEM parece que não abundava pelas bandas do largo dos Artistas. No entanto o adjectivo com que mais frequentemente eu era mimoseado era o de COBARDE!
Fazem o mal e a caramunha! Acusam os outros daquilo que são...
domingo, junho 21, 2009
O charme discreto da ironia...
I
Vila do Conde plasmada
Por artistas com talento
Com bilros toda mimada
Rendas que são monumento.
Pintores de fino escol
Hinos à beleza pura
Estetas, um vasto rol,
Sóis... brilhando a grande altura!
Músicos de bom quilate
Alguns, cá vão vicejando,
Da consciência um rebate
Há que os ir acarinhando.
No desporto também vemos
Um alfobre sem fronteiras
No rio, as mãos são remos
Pra vencer... não há barreiras...
E toda a gente partilha
O pão da fraternidade
Até o sol aqui brilha
Com maior intensidade...
Vila do Conde fascina
E cativa o forasteiro
Vila do Conde ilumina
Este Portugal inteiro!
II
Big Brother...
Olhos e ouvidos tem
Já senil e esclerosado
Quer ter tudo controlado
Usa jagunços... também...
Ridícula criatura
Bem feroz e vingativa
Só mão no peito e mesura
Usa a... sanha punitiva.
O vício do pedestal
Estar sempre no poleiro
Cada vez mais maroteiro
Big Brother... vero chacal!
Conversas particulares
São levadas de bandeja
Por servis tentaculares
Ao cacique... que festeja!
Fecha tudo a sete chaves
Tem MEDO do sol-verdade
Vai fedendo a... insanidade
Big Brother é... quem tu sabes!
sábado, junho 20, 2009
Portugal no topo da ciência!
A ciência e toda a comunidade científica dão vivas ao novel cientista que tudo o indica será um novo Copérnico. Jesus errou! Quantas vezes, não se sabe...
O país está mais rico. A ciência rejubila!
Eu, provedor dos Humilhados e Ofendidos
(clicar sobre o texto para aumentar visibilidade)
Sócrates foi de férias...prepara combate de boxe
rouxinol e Fidel
S.João
sexta-feira, junho 19, 2009
A «mama» é quem mais ordena?
Clicar no texto para ampliar. É uma carta-aberta feita pelo Dr Luis Ferraz (há tempos...) condenando a postura de apego ao poder do eng Mário de Almeida. De notar que além de ter sido fundador do PS (partido no poder) é também ligado por esponsais à vereadora Dra Elisa Ferraz que está no executivo camarário há já longos anos... e não se cansa de lá estar.. .porque será?
O apelo da natureza!
Lídia Jorge, parabéns!
Hoje o sol parou, sorrindo
E a abraçou com timidez:
«O passado foi sumindo
Só vivemos uma vez!»
Ela ripostou, feliz:
«Minha pena é meu cinzel
O futuro, meu juiz,
Cumpri sempre o meu papel!»
E o sol voltou a sorrir:
«E fizeste-o bem, querida,
Serás um sol no porvir
Jamais serás esquecida!»
Então, de mãos dadas,
Correndo pelo areal
Duas almas geminadas
Dois sóis... num divino astral!!!
quinta-feira, junho 18, 2009
O livro de reclamações de Maquiavel!
Nicolau Maquiavel, o florentino que escreveu «O Príncipe», manual de eficácia no exercício da nobre causa da política. Uma espécie de «treinador de bancada» do seu tempo...
Mergulhei no tempo e no espaço e lá fui a Florença. Sobre uma secretária obscura iluminada por uma vela dourada, lá estava ele, o «Livro de Reclamações» do Mestre. Não resisti à curiosidade e abri-o.
Pareceu-me tão cheio de actualidade que não resisti à tentação e filmei-o com o telemóvel que o procurador geral me deu. Magnífico, pedagógico, super-lúcido!!!
Reclamação mais recente:
«Meu caro professor. O resultado das suas prédicas deu no que deu. Tanto me pediu para ser inflexível, não ceder nunca, não dar parte de fraco, levar até aos limites as minhas convicções, que foi um desastre. Receio o fim iminente da minha carreira política. Ou me dá novos remédios, novas terapêuticas ou terei de mudar de conselheiro-consultor...»
O Mestre escreveu ao reclamante:
«Meu caro JS, as receitas foram boas, tu é que usaste dose excessiva: perseverança sim, não teimosia, obstinação, inflexibilidade. Tens de ter confiança em mim e ser forte. Usar o plano B é o que se impõe agora. Usa a humildade, o acto de contrição, o sorriso, a artimanha. Admite agora o erro, como factor da tua humanidade, aceita a crítica e até sorri com ela, usa o poder de encaixe com mestria. Quando te chamarem «Maquiavel» não movas um processo como usaste e abusaste, não, arranja um desses pobres lumpen (palermossáurios como tu gostas de dizer no teu jargão...) dos jornais ou das TV's e manda-os chamar o mesmo nome aos que te acusam.
Aproveita o impulso dos teus críticos e fá-los projectar no solo.Sorri e não mostres crispação. Dá o braço a torcer como forma de melhor derrubares o inimigo...
Usa a comunicação social com parcimónia. Não os forces a adularem-te, sê tu o adulador.
E quando o «grande timoneiro» disser que tens «bom senso», tu não hesites e cumula-o também de panegíricos. Sois farinha do mesmo saco, estais no mesmo barco, andais debaixo da mesma chuva!... Quando fizeres alguma festa, convida também alguns adversários, sedu-los, passa-lhes a mão pelo pelo...
Se cumprires o Plano B com inteligência e espírito de observação, continuarás no poder por muitos anos. Mas lembra-te: os fins justificam os meios se souberes usar esses meios com habilidade e com manha. Diz àquela que tão deselegantemente escreveu o «J'accuse!» que basta de servilismos, que lamber feridas não basta, é preciso curá-las!
E, por vezes, sorrir é o melhor remédio!!!
quarta-feira, junho 17, 2009
Enfiar o barrete!
E u enfio o boné mas há quem enfie carapuças de forma tão ridícula!!!
Nem por cima do meu cadáver!
Ora toma que é democrático!
Deveras surpreendido, lá fui, pensando com os meus botões: «Que me quererá o presidente?
Será alguma missão na minha qualidade de Agente 008 ao serviço de Portugal?
Recebido pelo Chefe da Casa Civil com pompa e circunstância, lá entrei. Um misto de curiosidade e até alguma ansiedade faziam-me estar um pouco tenso. O caso não era para menos.
Atirou-me de chofre:
__Sabes, rouxinol, sei que estavas disponível para conselheiro de Estado mas...__atalhou ele com um ar desculpabilizante...
Repliquei de imediato:
__Aquilo era a brincar, Senhor Presidente! eu esqueci-me de mencionar como «Nota final», que era para não ser levado a sério.
__A brincar ou a sério tu tens sempre uns apartes dignos de atenção. O certo é que meditei muito e achei que tens um perfil para algo bem mais elevado que simples conselheiro de Estado.
Aquilo é um forum de gente quase senil, é um papel tão decorativo como estes jarrões aqui do Palácio de Belém. Acresce o facto de ser uma sinecura, e tu és avesso a isso, sei bem. Por isso, se tu começares a adoptar uma postura panegírica em relação à minha pessoa, abandonando aquele estilo satírico, que faz rir até os funcionários mais humildes cá do Palácio, eu prometo nomear-te Conselheiro da Pátria honoris causa!
Respondi-lhe de pronto:
__Não me vergo a prebendas, não mudo o meu estilo a troco de pratos de lentilhas, também não posso acumular cargos!
__Mas, tu já tens esse cargo? __ interrogou-me irritado e incrédulo, o Presidente.
__Fui entronizado, o mês passado, na praça de Bocage em Setúbal pela confraria dos elmanófiloscomo Augusto Embaixador da Pátria Lusa a título humoris causa!
Santo António casamenteiro... padre Luís, procriador!...
A linda Mariette queria ficar grávida e não conseguia. Ouviu falar que a sua amiga Senhorinha ficara grávida com apenas uma avé-maria!
Foi lá à dita igreja e perguntou ao pároco.
__Senhor padre, a minha amiga Senhorinha diz que ficou grávida só com uma avé-maria, será possível?
__Não, não minha querida__ replicou o padre fazendo um gesto com o dedo no nariz pedindo silêncio e segredo. __ Foi o padre Luís, mas já foi transferido!...
terça-feira, junho 16, 2009
Àqueles que se vão da lei da rolha libertando!
À atenção do PR
Ricardo Cardoso, juiz desembargador à Tabu
Senhor Presidente da República:
Excelência,
Diz a Lei que é o responsável pelo regular funcionamento das instituições. Que é também o supremo magistrado da nação.
Disse há dias (no 10 de Junho) que a verdade gera confiança...
Ao ler isto, proferido no tom mais eloquente e lúcido, como se exige a um juiz desembargador, fico intranquilo, perplexo, indignado! Perdi a pouca confiança que ainda me restava!
De duas uma: ou é verdade ou é mentira!
Se é mentira__ e não o creio__ este senhor deve ser chamado à justiça pois está a pôr em xeque a dignidade de um dos pilares do Estado de Direito: a Justiça!
Se não é, se o que disse é o retrato fiel da situação neste domínio, eu pergunto o que é anda a fazer o senhor? Se as instituições estão assim, se se diz abertamente, e fá-lo um dos principais elementos do sector (convenhamos que não é nada corporativista... honra lhe seja feita), que credibilidade tem este regime? Que credibilidade tem o supervisor-máximo do regime? Será que podemos confiar na Justiça?
Ou me engano muito ou parece transparecer deste comentário um clima de intimidação; os juizes receiam ser penalizados pelo poder político, o tal que «partilha», «captura» (no dizer pitoresco de Saldanha Sanches) o sistema judicial. Eu, sinceramente, já antevi isto há muitos anos. Agora, com certa «legislorreia» perversa, mais se acentuou a tendência. Ainda guardo um recorte de um jornal onde Noronha do Nascimento (hoje Presidente do Supremo Tribunal de Justiça) então , sindicalista apenas, dizia que havia «promiscuidade» entre a magistratura e o poder local.
Será ofender a justiça dizer a verdade? A juiza Amália Morgado foi ao cerne de muitas questões__ não para ofender gratuitamente este ou aquele__ mas para tentar corrigir o sistema, por dentro. Foi alvo de processo por injúria. A «verdade» dela, gerou medo, desconfiança, a sua transparência foi considerado «violação do dever de reserva»!!!
Será o «sistema» a defender-se? Tal como no regime fascista, com os tribunais plenários e outras perversidades, será que este regime caminha para uma situação tal que implique o uso da força para a sua regeneração? Será que o «golpe de Estado» é a«terapia de choque» para nos salvar do «Estado a que chegámos»?
A justiça é um manicónio? Creio que ainda o não é, mas, a não ser tratada convenientemente, pode muito bem para lá caminhar!...
Eu tenho muitas razões de queixa. Pessoalmente, pedi um inquérito à «falecida» Alta Autoridade Contra a Corrupção. Inquério a mim próprio no tocante ao meu desempenho como deputado municipal. Assinei como denunciante e como denunciado. Até hoje nada soube das conclusões. Nunca fui ouvido. O processo está na Torre do Tombo para ser lido (se entretanto não o extraviarem...) lá para 2015...
Tenho sido tratado pela justiça de forma parcial, pouco isenta, será que por causa do que diz o Dr Ricardo Cardoso? Será que ele tem razão?
Se eu pegar numa arma e atentar contra a vida de quem me prejudicou e deu cobertura a uma justiça parcial, despótica, será que terei cem anos de perdão? A própria constituição da República contempla situações extremas. Os cidadãos não podem ser espezinhados por quem os devia proteger. Certos agentes do Estado, ao sentirem-se acossados podem usar a perversidade da justiça para se defenderem. Será que a justiça está preparada para se defender do assédio dos agentes políticos? Creio bem que não, e esta afirmação categórica de um juiz tão categorizado, vem dar razão a quem pensa como eu!
Julgo que as minhas interrogações só podem ofender quem não estiver no seu perfeito juizo. O Dr Ricardo Cardoso não é louco para andar a dizer estas coisas sérias e de muita responsabilidade, em revistas. Não o disse no café, numa conversa entre amigos, foi num órgão de comunicação social. Para que todos possam sentir e conhecer a dimensão do perigo que se corre com esta justiça que temos!
Há tempos, o Dr Marinho Pinto afirmava que há juizes a ameaçar advogados («para a porrada» sic) criando um clima intimidador. O presidente do sindicato dos magistrados do ministério público punha em causa a existência de condições para uma efectiva «igualdade de todos os cidadãos perante a lei»...
Daí, aguardar ansiosamente a sua actuação, não só no meu caso (que sejam analisados à luz da VERDADE os meus processos) e que seja ouvido o dr Ricardo Cardoso, para concretizar as acusações que faz à entidade que serve e que lhe paga os salários.
Aguardo ansiosamente a sua actuação.
rouxinol de Bernardim
Que também usa o «heterónimo» de José Manuel Figueiredo Leite de Sá
segunda-feira, junho 15, 2009
«Nós não baixamos os braços!»
Resposta do Zé Povinho:
«Sim, sim, nós bem vos vemos mas é a baixar as calças aos que vos pagaram as campanhas!»
Baixam as calças, sabemos,
Ao capital salafrário
Dão tudo!, nós bem os vemos
O povo não é otário!...
São Midas à custa nossa
Meu Deus!, onde é que estás?
O povo vive na fossa
Eles... que nem marajás!...
Há que mudar com firmeza
O rumo não serve, não!
Reles choldra, que torpeza
A chupar no gamelão!
Sempre os mesmos, que cambada!
Só eles têm «paixão»
Ao poder sempre agarrada
A cambada de «eleição»!
Promessas tolas e falsas
Só dá vontade de rir
Ao capital baixam calças
E o povo? Anda a pedir!
Cambada de vigaristas
Chulos do poder local
É carrões pra dar nas vistas
Ostentação imoral!
Alguns «padres»(1) engraxando
Dão a bênção ... ao pecado
A boca lá vão fechando
Só medo!... bico calado!
Neste caldo de cultura
Viceja o medo, a cegueira,
E o cacique faz «figura»
Tapa o sol com a peneira...
Tem tantos turibulários
O rabo sempre lambendo
Servis, tão serventuários,
Poucas migalhas comendo...
(1) - Nem se podem chamar padres a abjectos comissários políticos que vendem a alma ao poder instalado...
Nota: Não tenho partido. Não quero, nem tenciono ter. Não pensem que estou a pedir «gamela»... a minha função é a que deveria ser de alguns padres. O meu múnus é a PEDAGOGIA! Alguns deles abraçaram o poder, daí haver necessidade de haver «alguém que resiste!»