quinta-feira, dezembro 27, 2007

A Figura do Ano. Luiz Filipe Menezes



Eis a imagem do Estado, depois de expurgadas as gorduras supérfluas e ficar totalmente "desmantelado", como alvitra o Dr Menezes. Alguém discorda?!
Foi um furacão no ano de 2008. Arrasou tudo no PSD. Após um discurso hipervitimizador, conseguiu chamar a si as atenções generalizadas. Garantia não deixar Sócrates descansar. Atacaria ao pequeno almoço, ao almoço e ao jantar. Enfim, parece que não pretendia que o adversário se alimentasse. Agora, nova proposta: não deixará Sócrates dormir, no ano de 2008!
Enfim, estará omnipresente na vida do primeiro ministro!
No entanto, o facto é que tem mantido uma estranha ambivalência (na acepção psiquiátrica do termo, como é óbvio): mantém uma postura seguidista e pacificadora - quer acordos, quer plataformas de entendimento, quer pactos de regime - e, por outra via - quer «desmantelar o Estado», não deixar Sócrates dormir, ser um diabo à solta! - ficando o cidadão vulgar de Lineu sem saber o que quer realmente L.F.M.
Às 2ªs , 4ªs e 6ªs quer pactos, e, pelo contrário, âs 3ªs, 5ªs e sábados quer atacar o governo, derrubar Sócrates, desmantelar o Estado!
Enfim, querer e não querer ao mesmo tempo, cria tensões, leva ao desespero, marca a psique de qualquer humana criatura!...
O que almeja, enfim, o nóvel líder do PSD?
Na sua catarse populista afirma peremptoriamente que não é populista! E porquê?
Disse-o, e todos o levaram a sério: porque já leu Steinbeck e Hemingway!!!
Eu, se usasse terminologia idêntica, poderia afirmar que já li a Bíblia muitas vezes, que serei um profeta!... ou um doutor da Igreja!...
Enfim, o homem que abalou o país durante o ano de 2007 que traz de novo? Muito pouco, quase nada. Uma montanha que pariu um rato. Um « quase tudo que não representa nada», definição de Pessoa para um «mito»...
Já é tempo de se acabar com a teoria das panaceias redentoras. Nem é a estatização maximalista que traz o progresso, nem a privatização total que leva ao paraíso. Não, nada disso. O que é preciso é boa gestão. É racionalidade económica, é combate à corrupção, é respeito pelas regras democráticas e pelas leis. É o cerne do problema. Mas, infelizmente, quase todos os políticos esquecem esta realidade (Sócrates também).
Metam a mão na consciência e deixem-se de foguetórios verbalistas que não passam de meras demagogias da treta. O país precisa de homens sérios e não de demagogos de feira.

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