sábado, março 31, 2007

Simplesmente... Marília!



Marília, a eterna Marília...



Importuna Razão, não me persigas,
Cesse a ríspida voz que em vão murmura,
Se a lei de Amor, se a força da ternura,
Nem domas, nem contrastas, nem mitigas.



Se acusas os mortais, e os não abrigas,
Se (conhecendo o mal) não dás a cura,
Deixa-me apreciar minha loucura,
Importuna Razão, não me persigas.



É teu fim, teu projecto, encher de pejo,
Esta alma frágil, vítima daquela
Que, injusta e vária, noutros braços vejo.



Queres que fuja de Marília bela,
Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo
É carpir, delirar, morrer por ela.

Bocage

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